Review Lost – 5.08 – LaFleur
Lost tem duas vertentes distintas: o misterioso e o sentimental. Sem dúvida que a primeira temporada foi a que mais explorou o sentimental, enquanto que as outras debruçaram-se mais pelo mistério e mitologia da história que caminha, cada vez mais, para o derradeiro final. Mas esse episódio foi um exemplo de que a equipa de guionistas (nesse caso, foram Elizabeth Sarnoff e Kyle Pennington) sabe ainda contar histórias sem ter aquela acção de adrenalina que nos episódios passados teve.
LaFleur começa já com uma cena, no mínimo, perfeita para aqueles que gostam de teorizar tudo e mais alguma coisa sobre a estátua dos quatro dedos. Desde a segunda temporada (acho eu) que não a víamos e alguns fãs já começavam a ficar desiludidos pela demora a mostrarem outra vez. A espera valeu a pena não fosse o facto de a vermos inteira (o que significa que os Losties estiveram há muito tempo atrás)! Na blogosfera de Lost já começam a surgir rumores que está é uma estátua egípcia de Horus e através desta imagem dá para perceber que eles têm uma certa razão.
Depois de terem estabilizado no tempo, Sawyer e companhia decidem voltar para a praia de modo a esperar o Locke, que não aparece durante três anos, informação essa que já sabíamos. É bom ver como o Sawyer está a substituir o Jack em termos de liderança de um grupo. Para mim, Jack é o verdadeiro líder dos sobreviventes do voo Oceanic 815, mas confesso que também gosto de ver Sawyer nesse papel. Eles dois, mais o Locke, são os verdadeiros heróis da série até agora.
1974-1977
Na vila da Dharma, Horace é visto a explodir árvores e por isso chamam um tal de LaFleur, que veio a mostrar-se ser o Sawyer. Pensava que não iria ser neste episódio que seria explicado como ele e as restantes pessoas foram parar a tal sítio, mas quando regressamos no tempo em três anos e vemos que Amy (interpretada pela grande actriz de 24, Reiko Aylesworth) está em apuros após ter sido capturada por dois Outros, mudei logo de opinião. Tivemos vários momentos emocionantes como o facto de Juliet ter conseguido realizar um parto com sucesso (o que significa que o que tenha originado tal anomalia nas grávidas, só aconteceu depois de 1977), a conversa final de Sawyer com Horace ou a despedida de Amy e Paul, mas aquele que mais se destacou foi o reencontro final entre Sawyer e o trio composto por Jack, Kate e Hurley. Mas, apesar de tudo, soube a pouco. Apetecia-me ter dois ou três minutos só com aquela troca de olhares entre eles, uma cena que conseguiu ser muito expressiva graças aos actores que a compuseram.
Algo estranho, mas que espero ver solução, está relacionado com a idade de Charlotte. Ben disse na quarta temporada que ela tinha nascido em 1979, mas, aparentemente, Faraday viu-a em 1974, cinco anos antes de ela nascer. Será um simples erro de continuidade (o que eu duvido, pois os produtores devem ter uma espécie de linha cronológica no salão onde escrevem) ou mais um mistério a ser resolvido nesta temporada?
Uma das dúvidas mais inquietantes é onde param Sun, Ben e companhia. A mais provável é que eles estejam no futuro que vimos em ‘The Little Prince’, mas a grande questão é ‘como juntá-los’ e ver o tão esperado reencontro entre Sun e Jin? Actores disseram que a junção está mais próxima do que imaginamos (próximo episódio?). Também quero saber onde pára o Sayid e pelo vídeo promocional do próximo episódio, já deu para descobrir e parece que temos grandes decisões pela frente. Mais mistério foi acrescentado quando Richard Alpert demonstra uma certa preocupação com os corpos mortos na ilha. Porque será que ele quer tanto esses falecidos se já não serve para nada? Acho que isso só vamos descobrir na sexta temporada da série (que como sabem, é a última). Também não deixo de pensar quem seria o filho de Amy, que certamente é alguém que conhecemos. Se ele nasceu em 1977, teria aproximadamente 30 anos no presente, o que dá para concluir que possa ser algum sobrevivente do voo que caiu em 2004.
Não podia deixar de comentar no mais novo casalinho de Lost: Juliet e Sawyer. Gostei e muito de como as coisas foram desenvolvidas e até que fazem um bom par, deixando o caminho livre para o Jack e Kate. Tal como Sawyer disse a Horace, Kate é assunto do passado e agora ele está feliz com Juliet, como pudemos constatar nos minutos finais de ‘LaFleur’. Agora resta-nos esperar duas semanas (se uma já é difícil, imaginem duas!) para ver como essa história vai ser confrontada entre o quadrado amoroso, no episódio com um título muito sugestivo: Namastê.
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