Review Lost – 5.05 – This Place is Death
Incrível a capacidade que Lost tem de se superar a cada temporada, a cada episódio, a cada minuto e a cada segundo. Estou a rever a primeira temporada neste momento (vou no episódio 1×22) e temos muito essa sensação de crescimento. Há excepção do episódio “The Lie”, que foi mais fraco que o anterior, “Because You Left”, esta temporada também tem tido episódios sempre melhores que os seus antecessores. “Jughead” foi melhor que o “Because You Left”, o “The Little Prince” melhor que o “Jughead” e o “This Place is Death” melhor que o “The Little Prince”. Isso é algo que muitas séries não conseguem fazer, caindo numa monotonia que causa um certo aborrecimento no telespectador.
Com tanta coisa que aconteceu não sei onde começar. Mortes, revelações, acção e mais mistérios foram os ingrediente para esse episódio, uma receita de sucesso, onde quem prova vai gostar de certeza absoluta. Infelizmente o público americano não pensa da mesma forma e acabou de dar a audiência mais fraca da série até hoje em termos de milhões de telespectadores (9.8 milhões). Número normal até porque sabemos que americanos são “anti-sci-fi” e nesta quarta Lost estava a concorrer directamente com American Idol.
Apesar da história de Danielle não ter sido muito explicada, as cenas em que ela apareceu mais a sua equipa foram excelentes e já dá para especular e teorizar. Na primeira voltamos a ver o monstro da fumaça, o Smokey, de uma forma que já não o víamos há muito tempo. Confesso que já não me sentia arrepiado com a presença dele desde que ele matou o Mr. Eko. É bom ver que ele voltou e sabemos mais do seu ‘esconderijo’ quando Rousseau é obrigado a matar o pai da sua filha pois ele ficou diferente depois de voltar do Templo.
O Templo já foi mencionado na terceira temporada pelos Outros. E é lá que o Smokey leva um dos amigos da francesa e a força da luta entre ele e os humanos é tanta que o homem acabou por ficar com o braço separado do corpo! Por breves momentos voltei a situar-me naquele ambiente do “Guys? Where are we?”! O que será que aquele sistema de segurança faz para que as pessoas fiquem tão desnorteadas como ficou a equipa de Rousseau? Mais um mistério para ser resolvido.
Charlotte foi desta para melhor mas sem antes deixar explicada a maior parte da sua história. Segundo a mesma, ela nasceu e viveu na ilha até que ela e a mãe foram embora. Quando esta contava a várias pessoas sobre a mesma, a mãe desmentia tudo dizendo que era imaginação dela. Foi por isso que se tornou antropóloga e se deslumbrou ao ver o símbolo da Dharma no segundo episódio da quarta temporada. Assim nasce um novo mistério: quem é a mãe de Charlotte e porque mentiu sobre a ilha?
Ficamos a saber que o Faraday disse a ela que quando ela voltasse para a ilha (disse isso ainda quando ela era criança), morreria. Não vejo muito mistério nisso e a minha teoria (e de muitos outros) é que as viagens no tempo vão parar a uma época em que ela está na ilha, antes de a ter deixado, e o Faraday, mesmo sabendo que o futuro não pode ser alterado, alerta-a. Simples e eficaz, e nem é preciso muito esforço de neurónios para pensar nisso. Talvez esteja enganado, mas não vejo outra forma de isso ter acontecido.
Ainda dentro da ilha, vemos também como John Locke sai da ilha. Como já disse acima, estou a rever a primeira temporada e hoje considero o Locke um dos melhores personagens da série. A sua devoção por salvar os outros, a fé na ilha e o sacrifício de morrer é algo que faz dele um personagem imprescindível. Mas antes de sair de lá girando a roda que Ben girou, Locke encontra nada mais, nada menos que Christian Shepard, o pai de Jack. Quando este diz que não o pode ajudar a levantar-se dá para perceber que ele (Christian) não é uma pessoa normal. Talvez um fantasma? Não sei…
Fora da ilha, os acontecimentos continuam incrivelmente interessantes. Sun descobre que o marido está vivo quando Ben lhe dá a aliança que Jin deu a Locke antes de este entrar no poço. Como toda a gente já suspeitava, Miss Hawking é mesmo a mãe de Faraday e foi dela que ele deu o nome à ratazana Eloise. Kate, Sayid, Hurley e Aaron ainda não se juntaram aos restantes na sua volta à ilha, que ao que parece está cada vez mais próxima.
Nunca pensei que os acontecimentos dessa temporada fossem assim tão rápidos. Estamos no quinto episódio e já vimos a muita coisa que nem sonharíamos ver tão cedo. Agora só falta aparecer o Jacob e a estátua de quatro dedos para tudo ficar perfeito. Acredito que isso é o que nos reserva nos próximos episódios até à recta final da temporada que será marcada pelo episódio 100 (não sei de memória qual é, mas deve ser entre o 13 e o 15). Até lá, a melhor série alguma vez feita continua a ser exibida todas as quartas-feiras na ABC.
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