Review Glee 1.05 – The Rhodes Not Taken
A Fox investiu muito em “The Rhodes Not Taken”, talvez por saber que o episódio tinha alto potencial para cair nas graças do público. O capítulo é forte, principalmente graças a sua parte musical, que inclui canções do aclamado musical Cabaret, como também do grupo roqueiro Queen. Mas toda essa fibra do capítulo 1.05 foi bem arquitetada, não aconteceu de uma hora para outra.
Kristin Chenoweth (Pushing Daisies) foi introduzida na trama com o peso de uma estrela (destaque pra lá de merecido, aliás). Após uma conversa despretensiosa com um membro do grupo Vocal Adrenaline, Will tem a “brilhante” idéia de ocupar a vaga de Rachel com April Rhodes, uma antiga colega de coral que botava para quebrar nos velhos tempos do teacher. Como April nunca havia terminado a escola, Will deu um jeitinho de colocá-la nas aulas para que alcançasse a formação – uma espécie de mimo por liderar o Glee Club.
O episódio, então, centra-se praticamente na personagem de Kristin. Inicialmente rejeitada pelos fiéis amigos de Rachel, a trintona impressiona todos com a interpretação de Maybe This Time, do musical Cabaret. Interessante ver Rachel cantando a mesma canção para seus ensaios com Sandy. Aliás, outra bola dentro dos produtores da série. Ótima a intercalação de vozes e contextos diferentes em uma mesma música, mostrando duas importantes personagens em diferentes etapas de suas trajetórias. O clímax vem no final da canção, quando as vozes de ambas são sobrepostas.
Após emocionar os integrantes do Glee Club com sua interpretação, mas ainda sem ser aceita pelo “time”, ela parte para táticas de convencimento nada convencionais. Deixando a moral e ética para trás, April joga sujo, atinge os pontos fracos dos membros do coral e conquista de vez o lugar de Rachel. Porém, os problemas não demoram a aparecer. Ela é uma alcoólatra de mão cheia e a sua influência não é nada boa para jovenzinhos do ginásio. Emma aparece muito bem neste episódio. Ela age em diferentes momentos como os olhos que Will teima em cegar. Emma desde o começo alertou o professor de espanhol que a trintona iria ofuscar os jovens cantores, perguntando se ele estaria disposto a pagar por isso apenas para satisfazer seu ego.
Obviamente April é um personagem e tanto, mas questiono a sua introdução na série. Apesar de ter contribuído para os pontos altos do capítulo, achei a personagem super comercial. Não me esculhambem, sei que o comentário é polêmico. Mas, gente, esse episódio foi todo desvirtuado para que a mulher pudesse participar da série! As tramas principais foram jogadas para escanteio e temos um episódio inteiro para explicar como April torna-se membro do Glee Club e como deixa de pertencer a ele. Achei que, apesar de super bem encaixada, a sua entrada na trama foi apenas para impressionar o público. Não sei se isso me agrada.
Temos também bons momentos românticos em “The Rhodes Not Taken”, com Finn e Rachel no boliche protagonizando o segundo beijo deles (isso acontece após um convite super sedutor do quarterback! Finn pode ser muito sexy, se quiser!). O casalzinho ainda aparece em uma cena tipicamente adolescente, quando Rachel descobre sobre a gravidez de Quinn e sente na pele que foi usada pelo bonitão.
Também não deixa de ser romântico o momento “confissões do passado” entre April e Will, também no boliche. É nessa parte que temos um novo momento musical com o cover de Alone, do Heart. April realiza o sonho do Spanish Teacher, fazendo um dueto com ele em meio a uma sessão de bingo. Aqui, mais uma vez, fica evidente a falta de sincronia entre vídeo e áudio. Eu esperava que isso já não fosse problema nesta altura do campeonato, mas infelizmente parece que teremos que ver a falha ao longo de toda a primeira temporada.
Outro ponto forte do episódio foi Rachel, como sempre. Ela desistiu da carreira em Cabaret, mesmo que possuísse o controle cultural absoluto do musical. Quem esperaria isso de Rachel, hein? Obviamente, a garota também está mordida por ter perdido seu posto fixo no Glee, o que dá a ela um pouco mais de forças para voltar e fazer o que o seu coração manda. Apesar de adorar Rachel como personagem, ainda acho que Lea Michele exagera nas caras e bocas (fruto de sua carreira no teatro). Vamos ver se isso mudará nos próximos capítulos.
Já nos Invitationals, o Glee Club – comandado ainda por April Rhodes – canta Last Name, de Carrie Underwood. Um sucesso, como não poderia deixar de ser. Porém, finally, Will cai em si e vê que aquele não é mais o momento da trintona, mas sim dos seus garotos. Ele, então, não permite que ela retorne ao palco para o segundo ato. Na verdade, ela – por si só – já não retornaria. Por incrível que pareça, April também cai em si e resolve seguir o seu caminho longe do coral. Um cena bonita e emocionante.
Para o êxtase final, Rachel volta como substituta de April no segundo ato dos Invitationals, cantando a magnífica canção Somebody To Love, do Queen. Sabe aquele sentimento de “agora sim as coisas estão exatamente no lugar em que deveriam estar”? Pois bem, foi isso o que senti com a volta de Rachel para o Glee Club. Ainda acho que o povo tem que melhorar – e muito – a coreografia. A parte que todos abaixam a cabeça em Somebody To Love é marcada por uma falta de sincronia sem tamanho! Mas, apesar dos pequenos pesares e questionamentos, o episódio foi muito bom. Adorei o final, a interpretação apaixonada, olho no olho, do casal Rachel – Finn (que ainda nem chegou a ser mesmo um casal!). Glee está cada vez melhor, vamos ver o que nos aguarda.
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Postado em: Glee