Review Glee 1.01 – Pilot
Glee, a nova série musical da Fox, está cercada por marketing desde o começo. Alguém se lembra quando foi exibido o episódio piloto? Pois é, no dia 19 de maio, logo após a final do American Idol. Esperava-se que os apaixonados por música emendassem um show ao outro, garantindo assim uma estreia das boas. Como o povo norte-americano é bem previsível e não gosta de fugir do esperado, foi exatamente isso o que aconteceu. O episódio 1.01 – Pilot foi assistido por mais de 9 milhões de espectadores e uma grande expectativa foi lançada para o segundo episódio da série, que só seria exibido em 9 de setembro, quase quatro meses após a apresentação do piloto.
Após muito falatório da mídia, que insistia em dizer que Glee é a nova sensação do fall season, o público finalmente pôde comprovar – em partes – porque a série ficou tão famosa antes mesmo do lançamento oficial. Um elenco formado por rostinhos de beleza excêntrica – excetuando o jogador de futebol americano Finn e a sua namorada cheerleader Quinn, que são lindos por natureza – é um ponto altíssimo da série. São garotos talentosos e jovens, bonitos ao seu modo, que vieram com tudo para roubar as atenções da mídia. Devo dizer que eles conseguiram, pelo menos no que se refere a mim. Ainda sobre o elenco, é visível a química entre os atores, o que definitivamente é um ótimo sinal.
Agora vamos aos pontos baixos. Acho o roteiro de Glee pouco original e bastante clichê. Isso, ao contrário do que vocês possam imaginar, não torna a série desinteressante. Porém, desde já, afirmo que ninguém verá um nível de criatividade acima da média. Apesar de ser batido, no entanto, o roteiro é bem amarrado. Melhor do que ter uma festa com canapés em falta, é ter um aniversário com um número suficiente de sanduíches de mortadela. Acho que os criadores de Glee sabem muito bem isso, tanto que não investiram na inovação, mas fazem um feijão com arroz bem gostoso. Outro ponto questionável é o som extremamente de estúdio, até mesmo artificial, quando a série se propõe a mostrar cantorias “ao vivo”. Fica meio playback, um pouco ridículo ao meu ver, mas talvez eu seja crítica demais (os próximos episódios nos mostrarão a verdade).
No primeiro episódio, basicamente, há a apresentação dos personagens principais. Vemos que em uma cidade onde todos são losers há uma tentativa geral de se distanciar dessa realidade e ser realmente bom em algo. Rachel Berry (Lea Michele) é a exemplificação mais forte disso. Perfeccionista, a mais talentosa integrante do Glee Club acha que o coral é o meio mais fácil de atingir o estrelato. Ao seu lado, e dividindo belos solos, temos Finn Hudson (Cory Monteith), um famoso quarterback que se vê dividido entre fazer o que gosta ou ser aquilo que os amigos esperam que ele seja. Para completar o Glee Club, ainda temos Mercedes (Amber Riley), uma talentosa cantora que disputa as atenções principais com Rachel Berry; Kurt (Chris Colfer), um rapaz gay que não sai nunca de casa sem pensar bem no vestuário; Artie (Kevin McHale), um guitarrista geek que vive aprisionado a uma cadeira de rodas (por mais que isso pareça não fazer a menor diferença); e Tina (Jenna Ushkowitz), uma tímida e estranha garota que treme mais nas bases do que liquidificador.
Na liderança do Glee Club encontramos ainda Will Schuester, um professor de espanhol que, nos tempos de colegial, ganhou o campeonato regional enquanto cantava e dançava no coral. Aliás, é a frustração do professor – de não ter recebido apoio de sua esposa – que o faz retomar o antigo sonho por intermédio de seus alunos, mesmo que a treinadora de cheerleaders Sue Sylvester (Jane Lynch) tenha proclamado guerra com Will antes mesmo dos trabalhos do Glee Club começarem.
O episódio inteiro acontece em meio a esse clima de novidade, com a apresentação de todos os problemas que os jovens terão que enfrentar para seguirem com seus sonhos. Os maiores deles são a repentina saída de Will da liderança do coral (pois ele precisava arrumar um emprego mais lucrativo com a inesperada gravidez da esposa) e a posterior desistência de Finn (para agradar a namorada e os amigos do time). Porém, como todo clichê que amamos, essas dificuldades finalmente são revertidas no final do episódio. Ao som do fabuloso cover de Don’t Stop Believing, da banda Journey, ninguém em sã consciência cogita não assistir ao próximo episódio da série. Isso sem contar as audições dos integrantes do Glee Club, e as versões de You’re The One That I Want, do filme Grease, e Rehab, da cantora Amy Winehouse, que são belissimamente executadas no show.
Após a exibição do episódio piloto, o elenco de Glee saiu em uma turnê para a divulgação da série. Mas, devo dizer que se a parte musical do show continuar tão empolgante como foi o primeiro episódio, o marketing será totalmente desnecessário. Afinal, a melhor propaganda de um produto é a qualidade e, se os produtores quiserem, Glee terá chances de sobra para mostrar seu potencial.
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Postado em: Glee