Review Fringe 2.02 – Night of Desirable Objects
Em meio a esse clima, a narrativa traz como pano de fundo o desaparecimento sem mais nem menos de algumas pessoas na Pensilvânia. Logo na cena inicial vemos uma gosma azul – que mais tarde percebi ser uma mão – puxar mais uma vítima para dentro da terra. Obviamente Olívia, Peter e Walter são destinados ao caso. Entre uma pista e outra, eles chegam a Hughes, um homem solitário pra lá de sinistro. Mas tudo isso é balela! O que interessa mesmo é a trama central que permeia todo o capítulo Night of Desirable Objects.
Na casa de Hughes, Dunham tem a sua audição potencializada, escutando coisas que um ouvido humano normal seria incapaz de captar. O novo poder é provavelmente um efeito colateral causado pela ida ao mundo alternativo. Em meio a tantas descobertas, e ainda um pouco atordoada, não é sem choque que vemos ela disparar uma bala acidentalmente e quase acertar Peter. Aliás, a química dos dois personagens está cada dia melhor e fica praticamente impossível não torcer por um romance. O modo como ele a acoberta, até mesmo perante Broyles, mostra a cumplicidade que os dois tem firmado episódio após episódio. E digo mais: acho que isso não é só uma questão de amizade ou atração sexual. Peter e Olivia estão interligados, mas a conexão deve vir lá da infância.
Sem muito titubear, quanto à trama do episódio, não foi difícil deduzir que Hughes estava por trás do mistério todo, ainda mais quando ele revela que sua esposa morreu no parto do filho. O psycho estudou formas de mutação que fizessem a mulher gerar uma criança mesmo que ela portasse a doença lúpus. O que surgiu? Outra aberração típica de Fringe que o homem solitário “cultivou” nas terras do seu jardim particular. Sem suportar o peso na consciência, Hughes comete suicídio e deixa os detetives, mais uma vez, de mãos abanando.
Aliás, outro ponto forte do capítulo foi Walter. Ótimo ver a indignação do cientista ao não ter corpos para examinar. Qual é seu hobby? Ler livros, conhecer bandas novas, analisar reviews? Pois bem, o de Walter é mexer em gente morta. Também foi tocante a cena da pescaria, em que ele se convida para ir pescar com Peter e seu “amigo”, sem sequer se dar conta de que era o foco de toda a história contada pelo filho.
Na busca final pelo mutante, Olivia e Peter passam apuros, mas tudo acaba bem. Passado o trauma, Olivia procura o especialista indicado por Nina Sharp. Aliás, que ótimo personagem! Assim como Broyles, o espectador nunca consegue sacar qual é a dela. Resta agora sabermos quem é esse homem do boliche tão obscuro, e ao mesmo tempo tão cativante, que terá o poder de fazer com que nossa agente atravesse o processo das dores de cabeça já alertadas por ele próprio.
O falso Charlie, assim como no capítulo anterior, continua com sua missão de fazer Olivia lembrar-se daquilo que ela nem sabe que sabe. Pelo visto a loira vai precisar ainda de muita sorte, pois considerar que seu inimigo é seu parceiro não é uma situação nada confortável. Mas agora Dunham escuta com precisão o bater das asas de uma mosca, o estourar de uma bola de sabão… então nem tudo está perdido, não é mesmo?
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