United States of Tara: Primeiras Impressões
United States of Tara só estréia oficialmente no dia 18, porém o episódio piloto caiu na rede e eu pude conferir a nova comédia da Showtime, produzida por Steven Spielberg, escrita pela ganhadora do Oscar Diablo Cody (Juno), e estrelada pela talentosa Toni Colette.
A história da série gira em torno de uma família composta por Tara, que sofre de múltiplas personalidades, seu marido Max (John Cobertt de Sex and the City) e um casal de filhos: Marshall, um menino doce, erudito e sensível, por volta dos seus treze anos; e Kate, uma adolescente que começa a preocupar os pais por desconfiarem que ela está transando com o namorado da escola. Ainda no piloto fomos apresentados à Charmaine, a irmã de Tara, que serve como contraponto da história, pois é a única que não consegue se acostumar com o fato de que sua irmã tem múltiplas personalidades.
(Atenção! O texto abaixo contém spoilers)
Em sua primeira cena, Tara explica que trabalha decorando casas para mulheres ricas e que está preocupada por ter achado pílulas “Do dia seguinte” na bolsa da filha, o que estressa Tara e faz com que ela mude de personalidade para sua versão mais irresponsável – um meio de fugir das preocupações que precisa enfrentar –, T. T acha que é uma adolescente de 15 anos presa num corpo de uma quarentona, e é a personalidade que mais agrada aos filhos de Tara, que a consideram divertida por seu jeito vulgar de se vestir, seu jeito debochado de falar e, é claro, por não se importar nem um pouco com o que Marshall e Kate possam estar fazendo de errado – ao contrário, descobrimos que foi ela que conseguiu as pílulas para si e as colocou na bolsa de Kate.
Uma coisa interessante na série é o fato de que todas as personalidades de Tara têm consciência de suas outras versões e sabem que podem voltar para o limbo repentinamente ou, como no caso de T, por pedido de Max, que insiste que ela visite “O Galpão”, de onde, magicamente, Tara reassume sua personalidade principal – certamente iremos descobrir mais sobre esse lugar que por enquanto é mistério nos próximos episódios.
No dia seguinte, ao passar no colégio de Kate para lhe entregar a roupa de balé que a menina usará em sua apresentação, Tara vê o namorado da filha a intimidando, o que a deixa fora de si e provoca mais uma mudança de personalidade, só que agora para Buck – o único forte, macho e corajoso o bastante para dar uma lição no namorado da filha. Buck volta para casa de óculos e fumando sem parar, e troca suas roupas para algo mais másculo: botina, calça jeans e camisa de flanela. Percebemos de cara que o personagem é o que mais causa tensão dentro de casa, pois ele é violento e grosso, mas por insistência de Max, todos vão assistir à apresentação de Kate. Após o show Buck acerta as contas com o namorado de Kate, tendo de ser segurado por Max, para evitar bater mais no rapaz, porém ao falar que o menino tentou desvirginar Kate, Marshall – irmão da garota – fica louco da vida e começa a bater no menino também, uma cena muito divertida. Depois disso a família vai jogar boliche e temos o fechamento perfeito para um piloto muito bem estruturado.
United States of Tara é uma série muito diferente das outras, confesso que pela primeira vez que vi o Piloto achei-a muito fraquinha, mas isso era porque tinha em mente que seria uma série de comédia e nesse quesito ela é apenas divertida, mas nunca de causar risadas imensas. Porém ao rever o piloto para escrever esse artigo, percebi que a série é um misto de comédia e drama, pois as confusões pelas quais a família passa devem-se às múltiplas personalidades de Tara, que também sofre por detestar os atos de suas outras versões. Os diálogos também são bem mais simples do que os encontrados em Juno, mas são bons na medida certa para equilibrar o show e deixá-lo bem leve. Diablo Cody também optou por nos apresentar a quarta personalidade de Tara, Alice – uma dona de casa perfeita – apenas nos episódios seguintes, o que também nos faz aguardar para que o segundo episódio chegue à tv logo. Aliás, um grande parabéns para Toni Colette que consegue encarnar todos as personalidades de Tara com maestria e sem parecer caricata e exagerada demais.A minha única dúvida é ver se o programa conseguirá se manter interessante e novo durante toda sua temporada, que terá 12 episódios, já gravados e aguardando exibição.
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