Lua Nova (2009)
“Lua Nova” superou “Crepúsculo” em todos os sentidos, conseguindo traduzir os livros de forma mais concisa, coerente e satisfatória. Em Lua Nova podemos ver quanta diferença o diretor pode fazer, já que, os dois filmes têm a mesma roteirista, porém neste a essência do livro foi mantida e descrita de forma bem fiel, o que não aconteceu com Crepúsculo, que apesar de ser um bom filme, de muitas formas teve sua história corrompida.
Todo esse tempo que precedeu ao filme, eu via os atores comentando o quanto o diretor Chris Weitz era maravilhoso, como ele conseguiu fazer um excelente filme, o quanto Lua Nova era parecido com o livro, dentre tantas outras coisas… Mas ainda assim eu duvidava. No fundo eu tinha uma ponta de esperança que o filme me surpreendesse, mas não tinha expectativas, porém a surpresa foi chocante. Lua Nova tem um belo roteiro, uma fotografia linda, aliás o filme é visualmente muito bonito, excelentes aquisições no elenco e uma incrível melhora dos protagonistas.
Nunca achei que o Robert Pattinson fosse um grande ator, mas acho que sua atuação melhorou muito neste filme. Sua interpretação corporal é excelente, já havia sido em Crepúsculo e se aprimorou em Lua Nova. Ele consegue passar os sentimentos do personagem através de suas feições, exatamente como o livro nos mostra. Ele não precisa falar para vermos quão grandes são seus conflitos internos, suas emoções exacerbadas, sua dor, seu intenso amor. E essa qualidade muitos atores não têm.
Em relação à Kristen Stewart há também um evidente crescimento. Talvez por ser uma história que tenha exigido mais emocionalmente, situação que sempre revela melhor as qualidades de um ator. Ainda não é nada extraordinário, mas ela combina com a personagem. Acho que ela foi uma escolha perfeita para viver a Bella, porque ela deu vida àquela pessoa dos livros, que aos olhos dela mesma é uma simples garota, sem importância, sem atrativos, comum, mas que, aos olhos dos outros é mais do que especial, é um imã poderoso. E Kristen consegue mostrar esse paralelo muito bem.
Mas o grande destaque de Lua Nova foi, sem dúvida, Taylor Lautner. Ele é o Jacob! Todos os elogios que o ator tem recebido são mais do que merecidos, e os fãs podem ficar agradecidos por seu esforço em se manter com o personagem (que ele quase perdeu). Sua atuação é natural, verdadeira, fiel ao personagem e surpreendente em todos os sentidos. Não foi apenas o corpo escultural e os músculos de Taylor que chocaram, mas seu desenvolvimento inesperado. É como se ele tivesse sido feito para viver esse personagem. Sua atuação foi emocionante, tanto que me fez torcer por ele em determinado momento, o que não aconteceu quando li o livro.
O roteiro foi um grande alívio, muito mais fiel ao livro do que pensei que poderia ser, já que Melissa Rosemberg (roteirista de Dexter, The OC e dos três filmes da saga Crepúsculo) conseguiu irritar os verdadeiros fãs dos livros com o roteiro de Crepúsculo. Em Lua Nova podemos perceber que as modificações feitas foram sutis e importantes para o desenvolvimento da história, e para o entendimento daqueles que não leram os livros. Nenhuma mudança drástica, nada de cenas inventadas e desnecessárias, os diálogos foram divertidos e verdadeiros e, o mais importante… Todos os pontos essenciais do livro estavam presentes no filme. É óbvio que a história não se compara à contada no livro, porém o que se perde em relação aos detalhes, aos sentimentos, aos pensamentos, se ganha ao vermos aquilo que amamos no livro traduzido visualmente no filme.
A direção é tudo que o elenco falou e um pouco mais. Todo o sentimentalismo, a bondade, a sinceridade e o amor de Chris Weitz pela história escrita por Stephenie Meyer se mostraram em cada cena do filme. Desde a escolha do elenco e das locações à forma de filmagem. O filme tem uma cor mais vívida e forte, muito diferente dos tons frios e do clima sempre muito nublado e cinzento de Crepúsculo. A história de amor continua sendo essência, porém ela se encaixou perfeitamente em meio às cenas de ação muito bem feitas, excelentes efeitos especiais e um toque quase de suspenso, um pouco sobrenatural.
Quanto às novas aquisições do elenco quero destacar o grupo dos lobisomens, que esteve muito bem. Eles têm uma ótima interação e uma naturalidade necessária ao tipo de personagem. Destaque também para o ator Michael Sheen, o Aro, que teve uma atuação magnífica. Todo o sarcasmo, a personalidade dominante, a percepção exacerbada, o comportamento irônico e o jeito exagerado de Aro ficaram explícitos na feição, no modo de agir e de falar de Michael.
Sobre o filme em si e as cenas, não vou falar ainda, para não estragar a surpresa de quem não viu, mas posso destacar alguns pequenos detalhes que chamaram a atenção. A grande história de amor a amizade de Lua Nova esteve presente em todos os momentos, porém os Volturi e os Lobisomens fizeram a diferença. A cena da luta de Edward com Felix foi (que na realidade não acontece no livro) uma das melhores coisas do filme. Talvez sem ela, a importância e o poder dos Volturi não ficassem tão evidentes para os que não leram o livro. A luta tem uma coreografia magnífica, com excelentes efeitos e uma imagem belíssima. Outras cenas que se destacaram foram com os lobisomens, todas muito bem feitas, com lutas maravilhosas. A imponência, o tamanho e a perfeição dos lobos se destacaram. Inclusive algumas pequenas sutilezas, como em uma cena, quando eles correm atrás de Laurent, e tudo treme, conforme eles fincam suas patas no chão, o que deu uma sensação diferente para quem assistia.
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